Uma viagem de estudos ao exterior requer um preparo que vai além da escolha de um curso e de um destino. É preciso informação e planejamento, porque a viagem começa muito antes de se colocar o pé na estrada - ou na sala de embarque. Quanto mais dados você reunir sobre o local que pretende morar, menos chances de entrar em choque com alguma diferença cultural. Antes de tudo, é preciso ter disponibilidade para o novo. "Quem vai fazer intercâmbio está abraçando a diversidade", diz Claudia Martins, gerente de comunicação do STB.
O intercambista já dá algumas pistas do que pode agüentar em termos de mudanças. "Alguém que não gosta de frio e só pode viajar em janeiro, certamente não será enviado ao Canadá pela STB", exemplifica Claudia, "assim como uma pessoa que gosta de balada, bares e cinema não deve ir para uma pacata cidade do interior".
Apesar desse cuidado, Claudia diz que nada substitui o ímpeto do próprio viajante de buscar conhecer previamente o lugar para onde vai. "Se informar antes traz duas vantagens: saber ir para onde os turistas vão e para onde não vão", afirma. Isso porque geralmente as recordações mais especiais são desses lugares que são conhecidos por poucos, mas freqüentados pelos "locais".
A psicóloga Cristina Giacomet, que faz reuniões mensais preparatórias para os futuros intercambistas da World Study, destaca a importância de seguir algumas orientações:
- Estar disponível para o novo. O que é diferente não significa melhor ou pior.
- Ter atitude pró-ativa, buscar interagir com o grupo, se relacionar com as pessoas, ter disposição para resolver os problemas. Quando a pessoa chega a um novo lugar, é ela que deve se esforçar para buscar a integração.
- Ser responsável por suas atitudes. O intercambista é um "embaixador" do Brasil no exterior. É responsável pela imagem do País lá fora, por isso é imprescindível bom humor, gentileza, confiança e motivação.
- Sempre perguntar quando não sabe como é a cultura local. Por exemplo, na Europa, o tempo do banho é mais curto do que no Brasil. Até a questão do horário em que o banheiro estará disponível deve ser combinada.
- Ser solícito e disponível, ter a mente aberta.
- Ter paciência consigo mesmo e com os outros. A situação de um viajante é ambivalente: há ganhos e perdas. Por isso, não adianta irritar-se e desanimar se o idioma é mais difícil do que se imaginava ou se as pessoas têm costumes diferentes. Isso tudo faz parte do aprendizado.
Cristina explica ainda que há etapas distintas para quem faz intercâmbio: são as fases do choque cultural. Primeiro a pré-partida, quando há ansiedade pelo novo, o viajante sai rodeado pelo carinho da família e dos amigos. Depois, vem a euforia com a chegada, com os atrativos da nova cultura. A terceira etapa é quando a pessoa começa a ver a realidade, e, às vezes, é diferente do sonho, da expectativa e da idealização, o que pode gerar uma fadiga cultural. Na última fase, o intercambista passa a ter um novo modo de viver, a cultura do novo local passa a fazer mais sentido e isso gera maior confiança, mais segurança e ele se sente mais adaptado.
A psicóloga observa que não há prazos distintos para cada uma dessas etapas, isso depende de cada um. Por isso, ela ensina que se deve preparar a mala e o espírito para tirar o melhor proveito do intercâmbio.
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