quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

MP11: uma mentira

Reprodução / 

Com o sucesso dos aparelhos de MP3 (para reprodução de música) e MP4 (para vídeo), vieram o MP5, o MP6... Agora, já tem até MP11. Novas tecnologias no mercado? Nada disso.

MP3 e MP4 realmente existem. São padrões de tecnologias para compactação, respectivamente, de música e vídeo, embora nem todos os chamados MP4 players rodem esse formato de arquivo. Há muitos celulares, por exemplo, que usam formatos de vídeo proprietários.

Do MP5 em diante, no entanto, é tudo jogada de marketing. A cada novo recurso incluído nesses equipamentos portáteis de entretenimento, a numeração sobe. Isso, claro, confunde o consumidor:

– A partir do MP5 é tudo invenção, para dar idéia de que o aparelho tem mais recursos. Começaram a surgir produtos vindos da China com esses nomes. Há muita falsificação, marcas pequenas. Não se vê os fabricantes mais conhecidos chamando seus players disso – observa o coordenador do Instituto de Informática da Unisinos, Cristiano Costa.

De MP5 são chamados no mercado informal os aparelhos que, além de tocar música e vídeo, têm câmera digital. Se o equipamento ainda for um celular, vira MP6. Também não há uma padronização. Cada fabricante ou vendedor tem sua própria classificação.

– Um pode falar que o seu MP7 tem TV digital, o outro que é com um segundo chip de celular. Não há uma definição – comenta o professor Almir Meira, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

Segundo Meira, estão sendo chamados de MP11 os aparelhos que reúnem um smartphone com rede Wi-Fi (para internet sem fio), tela touchscreen (sensível ao toque) e GPS (localização por satélite), entre outros recursos. Em sites brasileiros, há falsificações do iPhone sendo vendidas como MP11. O produto, chamado descaradamente de Hiphone, conta com o recurso “shake control”, que troca a música com um movimento lateral no aparelho.

– O consumidor precisa tomar cuidado – alerta o professor Raul Weber, do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Meira, da Fiap, pondera que alguns desses produtos têm procedência duvidosa. Por isso, recomenda que se opte por equipamentos que ofereçam assistência técnica no país e manual em português. O ideal é escolher marcas mais conhecidas, exigir nota fiscal e garantia.

– Se for optar por marcas desconhecidas, fique ciente dos riscos – adverte.

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