Mesmo o que já é um êxito pode ser radicalmente modificado. Esse é o raciocínio que norteia um ambicioso projeto do governo dos Estados Unidos, orçado em US$ 350 milhões (R$ 560 milhões), para "reconstruir" a internet. A iniciativa atende ao desejo de pesquisadores de repensar a arquitetura da web, sob o argumento de que essa é a única forma de garantir a segurança dos usuários e resolver entraves que surgiram desde os primórdios da rede, ainda na década de 1960.
Dentro de cinco anos o projeto poderá ser implementado, desde que o congresso norte-americano aprove o orçamento. Apenas na etapa inicial, o programa deverá consumir US$ 12 milhões (R$ 19 milhões) na construção de protótipos da nova estrutura da rede.
Representando o governo dos EUA, a empresa BBN Technologies está inspecionando o planejamento do projeto que ganhou o nome de Geni (sigla em inglês para Ambiente Global para Inovações na Rede).
Nesse espaço de testes, os cientistas poderão experimentar novas idéias sem trazer impactos à internet utilizada atualmente. Os responsáveis pela iniciativa explicam que o Geni não vai substituir a web.
– O propósito é testar diversas idéias de pesquisa em comunicação de dados e sistemas. Conforme essas idéias amadurecerem, poderemos adaptar a internet para incorporá-las ou encontrar uma nova infra-estrutura de comunicação que seja construída junto com a internet. Qualquer um desses resultados será considerado um sucesso – explica Chip Elliot, diretor do projeto Geni na BBN Technologies.
Para os testes, duas instituições com acesso ultra-rápido à internet vão fornecer apoio aos pesquisadores do Geni. A Internet2 (consórcio que reúne universidades e empresas) vai contribuir com 10 gigabits por segundo (Gbps) de banda larga dedicada, para que os pesquisadores não tenham de usar o tráfego normal de web em seus experimentos. A organização National LambdaRail vai oferecer outros 30 Gbps, mas essa capacidade não ficará disponível integralmente.
Essa largura de banda, milhares de vezes mais rápida do que as conexões padrão de banda larga convencional, seria suficiente, conforme a agência Associated Press, para transferir 30 filmes de alta qualidadesimultaneamente.
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