Os 105 escritórios da Microsoft no mundo param hoje para assistir a uma transmissão de seu fundador direto da sede da empresa, em Redmond (EUA). É o último dia de Bill Gates como funcionário integral da companhia. Aos 52 anos, e com uma fortuna de US$ 58 bilhões, irá se aposentar.
Ele já não é o homem mais rico do mundo, posição que manteve por 13 anos consecutivos. Hoje, contenta-se com o terceiro lugar, mas é o visionário que contribuiu para levar o computador aos lares e às mesas de trabalho. Apostou nos softwares e soube fazer disso um (lucrativo) modelo de negócio: seu sistema operacional Windows está presente em nove em cada 10 computadores do planeta. Quando deixou a Universidade de Harvard para fundar a Microsoft com o amigo Paul Allen, em 1975, era a época dos mainframes (os computadores de grande porte), e Gates enfrentou a descrença do céticos que questionavam: para que as pessoas comuns precisam de um computador em casa?
Mas Gates tinha visão de mercado. Foi assim, como empresário ousado e não como programador talentoso, que construiu seu império na década de 1980. Um episódio fez a diferença.
Com o frenesi sobre a iniciante Apple e seus computadores pessoais, a IBM - maior empresa de tecnologia da época - planejava enveredar-se nesse mercado. Gates então foi à toca do leão para dizer o que a gigante precisava: um sistema operacional, o software mais importante do computador, que faz os periféricos conversarem entre si. E mais: não queria vendê-lo, mas sim licenciá-lo.
A IBM achava que o lucro estava no hardware, e o contrato foi fechado. O detalhe é que a Microsoft não tinha o sistema. Que, logo depois, foi comprado de uma pequena empresa e renomeado, dando origem ao MS-DOS, a plataforma do histórico IBM-PC.
- Gates tem arrojo, não teme assumir riscos, tanto que abriu mão de um diploma valorizado (de Harvard) para empreender - diz o professor de estratégia empresarial e marketing Celso Grisi, diretor da Fundação Instituto de Administração (FIA-SP) e presidente do Instituto de Pesquisa Fractal.
Nessa conta entra o Windows, lançado em 1983, com sua interface gráfica e mouse. Não foi nenhuma revolução, mas o ponto de partida para o monopólio da Microsoft.
- As iniciativas inovadoras não partiram da Microsoft. Há nomes mais importantes, mas Gates foi o que mais teve senso de oportunidade. Soube como ninguém transformar a informática em dinheiro - diz João Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Bill Gates se aposenta nesta sexta
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