quarta-feira, 16 de abril de 2008

Software Livre

Tux (pingüim-símbolo do Linux) até pode ser o mascote mais conhecido do movimento de software livre, mas é a raposa (ícone do navegador Firefox) quem tem atraído mais pessoas para o uso desses programas. Será ela a grande estrela do 9º Fórum Internacional Software Livre (Fisl), de amanhã a sábado no Centro de Eventos da PUCRS, na Capital.Apesar do seu perfil técnico, voltado a programadores, o evento tem contribuído para desmitificar o uso de aplicativos de código aberto. Para começar, software livre não é a mesma coisa que software grátis. O navegador Opera, por exemplo, pode ser baixado gratuitamente da internet, mas apresenta licença proprietária. Para ser software livre, tem que ter código-fonte (como se fosse sua receita) aberto e poder ser usado, copiado, modificado e distribuído livremente. Em um sistema proprietário, como o Windows, da Microsoft, há restrições: instalar o programa na máquina sem pagar pela licença é pirataria.- O usuário doméstico muitas vezes usa software livre, como o Firefox e o OpenOffice (editor de texto, ferramenta de planilhas e apresentações), sem saber o que é. Outros usam freewares (softwares gratuitos) e acham que é software livre - comenta o analista do Instituto Sem Fronteiras Álvaro Leal, que coordenou em 2007 uma pesquisa nacional sobre adoção do software livre.Um evento como o Fisl - que já conta com mais de 6 mil inscritos para esta edição - ajuda a combater esse tipo de desinformação. Dá mostras de como o software livre está inserido no dia-a-dia das pessoas: por exemplo, ao fazer uma fezinha na loteria. A interatividade da TV digital brasileira também será fornecida por uma ferramenta de código aberto, o Ginga, e a previsão é de capacitar durante o fórum mais de mil pessoas nessa tecnologia.Este ano, o prestígio do Fisl chegou até a cúpula da Fundação Mozilla, desenvolvedora do Firefox, que participará pela primeira vez do evento. Mais do que janela para internet, o navegador da raposa tem sido a porta de entrada de muitos usuários para os softwares livres, como no caso do secretário executivo Lucas Pereira Moraes, 23 anos, de Porto Alegre. Ele usa Firefox nos computadores de casa e do trabalho. Foi uma escolha técnica, diz:- Considero melhor que o IE (Internet Explorer, browser da Microsoft que acompanha o Windows).Moraes migrou para o Firefox em 2005, porque buscava um aplicativo mais rápido para acesso à internet (na época, usava conexão discada) e encantou-se pelo sistema de navegação em abas, que iria inspirar a versão 7 do IE, lançada somente em 2006.- A partir do Firefox tive curiosidade em experimentar outros softwares livres - conta Moraes, que chegou a usar o Linux, mas voltou para o Windows, onde utiliza hoje outros programas de código aberto, como o Thunderbird, para e-mails, e o comunicador instantâneo Pidgin.

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